segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quem disse que crente não pode ficar doente?


Uma das piores pragas que contaminaram a vinha do Senhor a partir dos anos 70 foi a maldita “Teologia da Prosperidade”. Maldita porque o próprio apóstolo Paulo nos orientou no livro de Gálatas a ter como maldito qualquer outro “evangelho” além do que nos foi dado. Uma das características fundamentais dessa falsa teologia é a de que os crentes não devem ficar doentes (entendem que doença nasce de falta de fé, pecado, etc). Mas será que essa afirmação se sustenta a luz da bíblia?

Inicialmente, faz-se necessário afirmar que Jesus continua curando, pois ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13:8). No quinto capítulo de sua epístola o apóstolo Tiago também orienta os presbíteros a orarem pelos enfermos da Igreja “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (Tg 5:14). Eu particularmente já orei por algumas pessoas e Jesus as curou. Mas também é verdade que muitos servos e servas do Senhor, homens e mulheres de fé permanecem com enfermidades durante toda a sua vida, e, não raro, morrem por causa dessas enfermidades”.

Na históira da igreja, grandes homens de Deus, cheios de fé, padeceram de enfermidades. No livro de Reis, o mesmo Eliseu que realizou 16 milagres, como multiplicar o azeite da viúva, ressuscitar o filho dela, que fez o machado flutuar nas águas, etc, é o mesmo Eliseu do qual o texto declara “E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu” (2 Rs 13:14). Um segundo exemplo que pode ser citado é o de Timóteo, o qual o próprio apóstolo Paulo, pai na fé de Timóteo, recomenda um remédio para aliviar suas enfermidades freqüentes “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5:23). O próprio baluarte da fé, Paulo, sofreu de enfermidade que o Deus não curou (2 Co 12:7-9). Essa enfermidade do apóstolo é confirmada em Gl 4:14 que diz “Embora a minha doença lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo ou desdém; ao contrário, receberam-me como se eu fosse um anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus”(NVI). Escrevendo a sua segunda epístola a Timóteo já no final do seu ministério, Paulo também declara que não pode curar a um amigo enfermo “Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2 Tm 4:20). Por fim, no capítulo 11 do livro de Hebreus, na galeria dos heróis da fé, nos é dito o seguinte a respeito dos heróis da fé: “Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles”

O que realmente importa não é como iremos partir desse mundo, mas onde chegaremos após essa partida. Muitas pessoas vivem felizes porque irão para o céu, mas se pudessem nunca pisariam o pé lá. Devemos pensar a morte como lucro e não como perda, como fez o apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.

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