sábado, 7 de novembro de 2009

Merece Confiança o Novo Testamento?


Uma das questões clássicas levantadas por todos aqueles que questionam a credibilidade do Novo Testamento diz respeito ao fato de não termos os autógrafos (cópias originais) do texto. Daí argumentam que por possuirmos apenas “cópias de cópias” não podemos saber com precisão o que realmente estava no texto original. Somado a isso, afirmam que historicamente a igreja tem mudado o texto sagrado a seu bel prazer.

Antes de prosseguirmos é importante afirmar que não é apenas o Novo Testamento que não possui os autógrafos. Nenhuma das grandes obras clássicas da antiguidade possui autógrafos. Possuem apenas cópias de cópias. É digno de nota, também, que segundo o erudito em NT, Bruce Metzger, os maiores críticos da bíblia hoje acreditam que o texto que temos é 99% igual aos originais.

Mas até onde se sustentam qualquer um dos questionamentos em relação ao Novo Testamento? O intuito desse artigo não é provar a inspiração do Novo Testamento, apenas sua confiabilidade histórica. Para fazermos isso, faz-se necessário utilizar os mesmos critérios usados para se testar qualquer documento histórico antigo. O principal critério utilizado é o chamado teste bibliográfico, que consiste na análise do número de manuscritos existentes e da quantidade de tempo decorrido entre o texto original e as últimas cópias.

John Warwick Montgomery, jurista e reitor da Faculdade de Direito Simon Greenleaf, Estados Unidos, afirma que “ter uma atitude cética quanto ao texto disponível nos livros do Novo Testamento é permitir que toda a antiguidade clássica se torne desconhecida, pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado bibliograficamente como o NT”.

Em relação ao primeiro critério bibliográfico, quantidade de manuscritos existentes, o Novo Testamento é inigualável. Atualmente sabe-se da existência de pelo menos 5300 manuscritos gregos do Novo Testamento. Somam-se a esse número mais 10.000 manuscritos da Vulgata Latina e, pelo menos, 9300 de outras antigas versões, perfazendo um total de aproximadamente 24.600 manuscritos.

Mas dos principais textos clássicos antigos, qual vem em segundo lugar? Em segundo lugar temos “A ilíada” de Homero, obra clássica da literatura grega, que possui apenas 643 manuscritos. As Guerras Gaulesas, de Júlio César, possui vários manuscritos, mas apenas 9 ou 10 estão em boas condições; apenas 07 cópias das Tetralogias de Platão sobreviveram; dos 142 livro da História Romana de Lívio, subsistem apenas 35, que são conhecidas através de não mais de 20 manuscritos; 02 cópias dos Anais de Tácito e 08 cópias da História de Tucídedes. Logo, um a zero para o NT.

Ao observarmos o segundo critério, tempo decorrido entre os originais e as últimas cópias, não restará dúvida da supremacia do Novo Testamento sobre a literatura clássica antiga. Temos manuscritos completos de aproximadamente 250 anos após os autógrafos. Segundo os eruditos, o texto mais próximo dos originais que possuímos é o papiro P52 (do evangelho de João), conhecido como John Rylands, datado de 110 a 125a.D. Esse papiro foi escrito 20 ou 30 anos após o autógrafo. Alguns eruditos ainda acreditam que existe um manuscrito ainda mais antigo, o P46, Chesser Beatty, que contém as epistolas paulinas, exceto as pastorais. Esse manuscrito foi datado do final do primeiro século.

E os principais textos clássicos da antiguidade? O texto completo da Ilíada, de Homero, data de 1300 dC; as “Guerras Gaulesas” de César, o manuscrito mais antigo está a 900 anos de distancia do autógrafo; das duas principais obras do maior historiador romano Tácito, “Histórias e Anais”, os dois manuscritos existentes datam de 800 e 1000 anos após os originais. Agora, dois a zero para o NT.
Respondendo a pergunta inicial. O Novo Testamento é digno de toda confiança, pois supera de forma inigualável, no critério bibliográfico, qualquer das mais importantes literaturas clássicas da antiguidade. Negar o Novo Testamento implica, necessariamente, negar toda a literatura clássica antiga.

Soli Deo Gloria.

Bibliografia Consultada
MACDOWELL, Josh. Evidências que exigem um veredito. São Paulo: Candeia, 1996
STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo. São Paulo: Vida, 2001.
GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. São Paulo: Vida, 2002.

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